domingo, 1 de maio de 2011

Sessão Especial: “O grande barato é viver sem drogas”. Realização: Assembleia Legislativa da Paraíba e Movimento Marcha para Jesus. Convocação: da Arquidiocese da Paraíba e da Associação dos Pastores Evangélicos da Paraíba.



Papel da família é debatido em painéis

O papel da estrutura familiar e da construção da cidadania na prevenção do consumo de drogas foi um dos assuntos mais recorrentes durante os três painéis apresentados durante a sessão especial realizada nesta quarta-feira (27.04) pela Assembleia Legislativa da Paraíba no Centro de Convenções Cidade Viva, em João Pessoa. O fato de que o consumo de drogas não pode mais ser tratado no âmbito da segurança pública e sim como problema de saúde também foi amplamente debatido.

"A droga é o maior problema de saúde do mundo. O problema não é o usuário, mas a multidão de omissos. E o modelo cultural atual, que exalta o consumismo e a desagregação familiar afetam a questão. Se os pais, as escolas e as igrejas fizerem a sua parte com mais afeto, cidadania e limites não será necessário o trabalho da Polícia”, declarou Deusimar Guedes, da Maçonaria contra as Drogas e à Favor da Vida e presidente da Comissão de Políticas contra as Drogas da Ordem dos Advogados do Brasil- Seção Paraíba (OAB-PB).

O diagnóstico da situação da Paraíba diante das drogas e a formatação do Plano Estadual de Enfrentamento às Drogas foram apresentados pelo gestor do Programa Estadual de Políticas contra as Drogas, pastor João Filho durante o primeiro painel.

Segundo ele, o crack é a droga mais consumida na Paraíba, entre as lícitas e ilícitas ,conforme os dados coletados nos últimos três meses através dos atendimentos no Centros de Atenção Psicossocial (Cap’s), nos hospitais públicos e particulares que tratam dos efeitos do consumo. Outros resultados da planilha mostram que crianças menores de 12 anos já consomem o derivado da cocaína e que da faixa dos 12 aos 15 anos já existe a inserção de jovens do sexo feminino. “O crack é o lixo da cocaína, misturada com amônia e bicarbonato de sódio e outras substâncias. O poder viciante do crack é maior ainda que o da cocaína e os efeitos são devastadores”, explicou.

O pastor João Filho informou que dentro de três meses o Plano Estadual de Enfrentamento ao Crack, que envolve a participação de seis Secretárias Estaduais, estará concluído e será entregue ao governador Ricardo Coutinho para a captação de recursos estaduais e federais para o efetivo funcionamento.

No segundo painel, com o tema Responsabilidades no Combate às Drogas, o diretor de Assuntos Internacionais e Projetos Estratégicos da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Vladimir Stempliuk falou sobre as ações do Governo Federal para enfrentar o problema.

Stempliuk fez a apresentação do Plano Integrado de Combate ao Crack, destacando que existem diversos fatores, como desemprego, trabalho infantil, entre outros, que vulnerabilizam a população ao consumo de drogas. “A droga agrava uma série de situações.O usuário é um cidadão que tem direitos e não pode ser tratado como agente da violência Temos que recuperar essas pessoas para a sociedade”, afirmou.

Os eixos do Plano são: Extensão e Pesquisa, Prevenção, Tratamento e Inserção Social e Enfrentamento ao Tráfico. “A dependência é uma doença muito difícil de lidar. Mas não temos um modelo único de tratamento, varia de acordo com as necessidades de cada um”, informou.

Segundo Stempliuk, está sendo feita uma pesquisa nacional pelo Instituto Oswaldo Cruz para que se saiba exatamente o número de usuários de crack no país, além das demandas, a questão de saúde e pendências judiciais envolvendo os dependentes, assim como o mapeamento e a avaliação das instituições que oferecem atendimento.

O vereador pessoense Geraldo Amorim (PDT) como bioquímico fez um amplo relato durante o terceiro painel da ação devastadora do crack no organismo humano e de como age a nova droga chamada de Oxi, que é ainda mais letal que o crack. Conforme o parlamentar a cada 36 horas morre um jovem em João Pessoa em decorrência do envolvimento com entorpecentes.

Fonte: Carolina Pacheco
27/04/2011

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